Concretagem do Memorial da Kiss é iniciada nesta terça-feira

Fotos: Beto Albert

Quem passa pela Rua dos Andradas observa um movimento diferente. O entra e sai de maquinários em frente ao prédio onde funcionava a boate Kiss anuncia que a obra do Memorial iniciou uma nova etapa: a da concretagem. Os trabalhos, que contam com cerca de 20 profissionais, iniciaram nesta terça-feira (28) – um dia após a tragédia completar 12 anos.


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A concretagem iniciou por volta das 7h. Quatro caminhões foram utilizados para levar o material, depositado nas estruturas com o auxílio de equipamentos que utilizam grandes mangueiras. Conforme o engenheiro da obra, Paulo Kull, serão depositados cerca de 80 metros cúbicos de concreto. O serviço tem previsão de ser finalizado ainda nesta terça-feira.

Após a concretagem, será feita a secagem do concreto, chamada de “cura”, que deve levar 14 dias. É a partir disso que a obra entra na fase de aterramento e levantamento das paredes, como explica Kull:

– Hoje nós damos um passo importante dentro do cronograma. Após a concretagem, será feito o aterramento. Nessa etapa, serão cerca de 600 metros cúbicos de aterro para chegar no nível que, posteriormente, será feito o piso. Depois, a fase de levantamento das paredes com blocos de concreto e alvenarias de tijolo maciço. 


Obra já completa seis meses 

Em janeiro, a construção do Memorial completa seis meses. A retirada do letreiro da boate Kiss e das portas de entrada, em ato simbólico na Rua dos Andradas no dia 12 de julho, marcou o início da obra. Ainda na primeira semana, foram catalogados os objetos que farão parte do acervo, e teve início a retirada de materiais da boate como gesso, madeira, alumínio e espuma.

Quase duas semanas depois, em 23 de julho, outro marco importante: a remoção do telhado e das estruturas internas do local. No dia seguinte, a fachada do prédio da boate Kiss começou a ser demolida de forma manual, com a retirada de janelas e estrutura de madeira. Esse foi o último passo antes da derrubada completa das paredes da boate, que ocorreu no dia 29. Com a remoção da estrutura, foi realizada a limpeza do entulho e nivelamento do terreno. Após, foram realizadas as marcações de obra e no início das perfurações – primeiras fases da obra, relacionadas à infraestrutura.

Dois meses depois da obra iniciada, um contratempo. Um andar abaixo do nível do solo no prédio vizinho, antes desconhecido, exigiu adequações nos projetos estrutural, arquitetônico e no PPCI para solucionar problemas antigos do terreno, como alagamentos. Por isso, por quase oito semanas, a obra seguiu em ritmo reduzido, com outras atividades que não dependiam da execução do projeto estrutural, como a fabricação de forma, colocação de ferragens e preparação do terreno.

A partir das adequações, a obra seguiu as etapas de infraestrutura. Na última semana, a Infa Incorporadora, responsável pela construção, trabalhou na preparação das formas – parecidas com caixinhas que se encontram nas laterais da boate como um grande mosaico. São elas que receberam o concreto. 


Valores e prazo

O Memorial será construído na Rua dos Andradas, onde ficam as ruínas da boate Kiss. O projeto de 383,65 metros quadrados será feito em um único pavimento, para facilitar a acessibilidade e a manutenção. O custo será de R$ 4,8 milhões oriundos do Fundo para Reconstituição de Bens Lesados (FRBL), presidido pelo Ministério Público (MP), que destinará ao Memorial os valores provenientes de multas e acordos judiciais por danos causados à coletividade. Além disso, a prefeitura dará uma contrapartida de R$ 800 mil.

A prefeitura e a empresa responsável pela obra ainda trabalham com prazo e valores originais do contrato. Mas, devido às alterações no projeto, é provável que ocorra a entrega depois da data prevista, que é março deste ano:

– As adequações acarretaram, por um período, o desacelerar da obra. Entretanto, agora nós conseguimos avançar em várias frentes ao mesmo tempo e é onde a gente pretende fazer uma busca pelo prazo. Mas isso não descarta uma dilatação no prazo contratual que hoje vai até março – afirma o superintendente e gestor da construção do Memorial, Jéferson Nunes.


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